Um dos criadores da Bossa Nova instrumental em grupos como os de Sérgio Mendes e de J. T. Meirelles, percussionista morreu no Rio
Rio de Janeiro - O percussionista Dom Um Romão, um dos criadores da Bossa Nova instrumental em grupos fundamentais como os de Sérgio Mendes e de J. T. Meirelles, morreu domingo no Rio, às vésperas de completar 80 anos.
Segundo seu sobrinho, Marcus Vinícius, com quem morava, ele vinha sentindo um constante mal estar nos últimos meses, mas trabalhava normalmente, fazendo workshops e apresentações no Brasil e no exterior.
"No domingo passado, estávamos no estúdio do pianista Ricardo Leão, preparando a segunda faixa de um disco para este ano, quando ele passou mal", contou Marcus Vinícius. O enterro foi realizado segunda-feira, no cemitério de Mesquita, cidade da Baixada Fluminense, onde ele tinha um estúdio em que passava boa parte de seu tempo.
Dom Um (este era seu nome de batismo) nasceu no Rio em 3 de agosto de 1925 e nos anos 40 já tocava nos cabarés da Lapa. Na década seguinte, quando a vida noturna mudou-se para Copacabana, ele participava as noitadas no Beco das Garrafas, onde pontificava a Bossa Nova instrumental. Era alegre e brincalhão e logo fez amizade com Tom Jobim e Vinícius de Moraes, que o chamaram para gravar Canção do Amor Demais, disco de Elizeth Cardoso, com músicas da dupla, considerado o pioneiro da Bossa Nova. Nos anos 60, foi para os Estados Unidos, onde chegou a integrar o grupo Weather Report.
Nos anos 90, ampliou suas temporadas no Brasil e voltou a gravar aqui, mas dividia-se entre St. Gallen (na Suíça francesa, sua base européia), Niterói, onde morava com o sobrinho Marcus Vinícius, e Mesquita.
Costumava ir também à escola de percussão Maracatu Brasil, do baterista do Barão Vermelho, Guto Goffi. "Ele participava de nossas jams nas quintas-feiras, ficava no meio dos músicos e sempre contava histórias legais. Estava sempre alegre, numa boa", disse Guto. A cantora Itamara Koorax, que participou de seu último disco, Lake of Perseverance, de 2001, disse que ele era um grande companheiro de palcos e camarins. "Viajamos muito pelo Brasil e pelo mundo e ele era super-engraçado, bem-humorado. Vai fazer muita falta como músico e também por este lado", lamentou. "A gente estava combinando fazer uma grande festa para seus 80 anos. Sua morte nos deixa muito tristes."
O baterista tinha um filho, Cleber, que vive nos Estados Unidos, e morava com a irmã, Leonides, o sobrinho, Marcus Vinícius, e dois sobrinhos netos, Enzo e Fabricio.
Beatriz Coelho Silva
ps. Realmente a perda é inreparavel infelizmente o musico instrumental não tem muito valor aqui no brasil,mas fora com certeza esse extraordinario musico teve o seu valor gravou com os melhores musicos de jazz do mundo,eu estou profudamente triste gostaria de não esta dando esta noticia!que é a morte de um dos maiores bateristas e percucionistas do mundo.
dj uilson